segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sexto sentindo. Ser e Ter.

Ainda estamos longe de explorar dentro das operações, sejam lojas de varejo ou shopping Center e mesmo prestadores de serviço, uma arquitetura comercial que sensibilize todos os sentidos dos nossos usuários/clientes.
Sem uma unidade mais elaborada, caminhamos no som ambiental. Mas muito pode ser feito neste sentido desde vinhetas até sinalizadores particularizados. Como se o Cliente tivesse a sensação que tem um toque de entrada para ele. Em relação a arquitetura comercial com certeza tem sido a mais explorada. É certo que a primeira impressão é a que fica e que comemos pelos olhos, mas é preciso cuidar etiquetas de preço, ilhas de produtos e mesmo uniformes ou aquele batom a mais. Pode não parecer, mas é item da programação visual. No que diz respeito ao gosto, em cada 10 operações, raríssimas servem café ou chá. Não podemos ser tão severos com os prestadores de serviço, pois mantém ainda a velha tradição da hospitalidade. Infelizmente estão errados, que o sentido não é ser hospitaleiro, mas memorável. Raríssimos ainda têm suas logos nas xícaras e muito menos nos copos. Seria pedir muito que esses produtos servidos tivessem um apetite diferente , em um ambiente especialmente pensado pelo arquiteto, onde também o cliente poderia estar em contado com folders, promoções, novos produtos, enquanto une mentalmente um gosto bom há alguma novidade da marca ou loja.
O cheiro. Os aromas agem de forma muito peculiar no organismo das pessoas. Ao serem inaladas, as moléculas aromáticas flutuam até a câmara olfatória situada na parte mais alta do nariz, atrás da região entre as duas sobrancelhas, entrando em contato com os receptores presentes no epitélio olfatório que conduzem as informações olfativas ao cérebro, para o sistema límbico (tálamo, hipotálamo), que é a área dos sentimentos, memórias, reações aprendidas e emoções arquivadas. As lojas de perfumes não fazem isso, vendem isso. Se não poderiam criar processos para ver quais os aromas que mais impulsionam compras.
Nós brasileiros temos a mania de observar com as mãos. A geração mais moderna, a virtual, ainda mais. Queremos testar, tocar, pegar e sentir através de uma experiência antes de levar o produto. Isso nos dá segurança, confiança e certeza que o que estamos adquirindo é exatamente o que estamos necessitando. Isso acontece, não só porque permitem aos clientes experimentar as supostas qualidades (que podem ou não ser reais) do produto, mas porque sabem que o simples fato de se tocar num produto aumenta a probabilidade do cliente adquiri-lo. Isto acontece porque experimentar um produto aumenta a nossa sensação de posse sobre o mesmo o que produz dois efeitos: 1) passamos a valorizar mais esse produto se o ‘sentirmos’ como nosso; 2) torna mais difícil o ato de ‘separação’ – isto é, a não aquisição do produto. Dados registram que os produtos que podem ser tocados, as vendas são superiores aos que não, daí nasce o a idéia de LOJA CONCEITO, para a Nokia a importância desses espaços, não está na venda em si, mas no reforço da marca na mente dos consumidores através da experiência, sendo possível viver todo o portfólio da Nokia disponível .
Chegamos a todos os sentidos, algumas vezes mais admiravelmente e outras vezes grosseiramente. E nesse grosseiramente me parece que o sexto sentido, aquele que fala das habilidades do ser humano de perceber, se sensibilizar, de proporcionar-se uma atitude mais espiritual está anos luz de distância. Inclusive quando estamos falando em marketing de responsabilidade social ou mesmo, marketing para Melhor Idade, Inclusão Social , até o que seria insight para áreas como psicologia, coaching, educação, spas, hotéis, vida e saúde. O que chamo desenvolver o sexto sentido é o olhar para o outro, é o tocar o outro, é o gostar do outro, é o estar presente no outro. Até então queremos que o outro faça isso pelos nossos negócios e cegos por nossas próprias resoluções não conseguimos emergir no SER , continuamos perifericamente pensando que aquele que contribui com a nossa existência é só TER.

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